A comunicação é uma ferramenta poderosa na construção de significados e na manutenção de relações de poder. No entanto, ela também pode ser um espaço para a resistência e a transformação. A decolonialidade propõe romper com os paradigmas impostos pela colonialidade do saber, do poder e do ser, que historicamente marginalizaram as vozes e os saberes dos povos colonizados.
Nesse sentido, a comunicação decolonial emerge como uma prática que desafia as estruturas hegemônicas. Ela valoriza as narrativas locais, os saberes comunitários e as epistemologias do Sul global, promovendo uma escuta ativa e horizontal. É um movimento que busca desestabilizar os monopólios midiáticos e a lógica de homogeneização cultural, abrindo espaço para a diversidade de perspectivas.
A decolonialidade na comunicação não se limita à crítica; ela demanda a construção de novos horizontes éticos e estéticos. Trata-se de produzir e compartilhar conhecimento que dialogue com as realidades e necessidades dos povos historicamente silenciados, resgatando memórias, culturas e resistências.
Além disso, envolve o uso de tecnologias e linguagens que respeitem as especificidades culturais, sem reproduzir hierarquias. É uma prática que ressignifica a comunicação como um direito humano e um meio de emancipação coletiva.
Assim, comunicação e decolonialidade caminham juntas na luta por uma sociedade mais justa, onde todas as vozes sejam não apenas ouvidas, mas reconhecidas em sua potência transformadora.
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